Vamos falar de você! Ou seria dela? Quem sabe podemos então falar de mim? Independentemente de quem tivermos em mente, o que tenho para compartilhar com vocês hoje se aplica. Todos nós somos mutantes, adaptáveis, e suscetíveis a influências externas. Nem sempre estamos preparados para elas ou as percebemos, mas o fato é que elas nos moldam e nos mudam um pouquinho a cada dia, cada experiência, cada tropeço ou acerto. Assim, como que nossa forma de vestir poderia se manter a mesma, inatingível e imutável apesar de todas as variáveis da vida? Impossível!
Hoje somos o resultado pessoal e visual de tudo o que nos aconteceu até então. Cada pessoa processa estes eventos de uma maneira e suas escolhas de roupas e acessórios serão uma das portas para canalizar estas mudanças. Nossa forma de vestir e compor nossa imagem pessoal é a mais poderosa ferramenta de comunicação que temos e é utilizada absolutamente todos os dias! Todos os dias acordamos e nos vestimos pelo dia que teremos. Mesmo ficar de pijama o dia inteiro comunica algo, comunica nosso desejo de relaxamento, despreocupação e intimidade. Ao escolhermos o que vestir para uma reunião de trabalho, comunicamos nossos desejos profissionais através das escolhas de cores, cortes e tecidos.
Em cada fase de nossas vidas incorporamos características ao nosso modo de vestir por opção, influência externa ou mesmo por necessidade. É durante fases de transição que mais comumente nos desencontramos de nós mesmos. Ao sair da zona de conforto e buscar uma forma de pertencer ao grupo, à situação ou mesmo a algum evento acabamos buscando itens para compor nosso visual que podem não ser tão naturais à nossa personalidade. Vou me colocar na fogueira e abrir para vocês todo meu desencontro e reencontro de imagem pessoal.
(Evolução do estilo de Jacqueline Fernandez)
Quando eu morava no Brasil (em Porto Alegre no Rio Grande do Sul) minha rotina já estava estabelecida há muito tempo. Eu trabalhava muito, fazia meu horário e tinha muito tempo para amigos e família. Não havia um dia sem eu encontrar pessoas, dirigir, falar muito (que novidade!) e fazer exercício. Aí, em meio a esta vida bem organizada, veio a novidade que nos mudaríamos para Nova Iorque. OMG! E agora? Bem, fácil! Basta deixar para trás tudo o que eu tenho e recomeçar. Isso não foi problema (#otimistasempre)! Mas, na hora de fazer a mala e decidir o que viria e o que ficaria? Foi quando entrou em ação a pessoa mais assertiva e decidida do mundo, eu! Hahaha
Selecionei tudo o que eu tinha. Sapatos, sandálias, acessórios, casacos, vestidos, calças, saias… Alguém percebeu que listei sapatos primeiro?? #Shoelover Fiz umas 4 malas de roupas e cheguei em NYC literalmente de mala, cuia e muita pretensão. Pretensão de que eu saberia o que seria útil no meu guarda roupas em uma cidade e rotina que eu ainda não fazia ideia como me receberiam. Não demorou muito para eu perceber que meus saltos seriam aposentados, que minhas blusas de lã seriam dispensáveis e que minhas luvas eram finas, portanto, inúteis e que eu teria que investir em muitas coisas que eu havia me desfeito no meu garage sale no Brasil!
Veio o desespero vou ter que ir às compras! Claro que fui cumprir a missão sem conhecer as lojas, sem entender a cultura aplicada à moda e ainda sem conhecimento de causa suficiente sobre meu novo mundo. Resultado? Um guarda roupa cheio de roupas antigas que não coordenavam com as novas.
Então vem a pergunta, como que uma Consultora de Imagem erra a mão esta maneira? Simplesmente eu ignorei o fato de que todas estas mudanças teriam um reflexo enorme na minha personalidade no vestir! Demorei um ano mais ou menos para reencontrar o equilíbrio e… engravidei!
Ah sim! A gravidez era esperada, desejada e planejada… só o que não era planejado eram as mudanças que viriam no meu modo de vestir, novamente, sem aviso! Corpo de grávida não cabe nas mesmas roupas de não grávida! Lá fui eu readaptar! Nesta etapa, já mais conhecedora da realidade do hemisfério norte, gastei menos, comprei mais e me arrependi nada. Entretanto, a gravidez dura apenas 9 meses, dos quais uns 5 exigem roupas especiais que serão usadas ainda por algum tempo após o nascimento do bebê e daí? Aí veio o abismo fashion! Parada total para ser mãe e ser colocada em 2º lugar para tudo. São meses onde o que vestimos, nosso cabelo, maquiagem e quaisquer itens que nos deixam mais femininas e felizes com nosso ser são deixados de lado em prol daquele serzinho que é a coisa mais importante da vida da gente para sempre!
Por dois anos fui mãe quase que exclusivamente. Trabalhei sim, mas menos. Meu ritmo de trabalho era tão discreto que houve quem pensasse que eu havia largado minha carreira para sempre. Ledo engano! Eu estava apenas sendo mãe e amando cada momento desta etapa. Até que… Chegou a hora de reorganizar o trabalho e olhar para o guarda roupa e me reencontrar como profissional e mulher mais uma vez. Que tristeza! A dona daquele guarda roupa não era eu! Ou melhor, minha nova Personalidade no Vestir não estava lá.
Mais uma vez a reconstrução teve que acontecer. Porém, desta vez o olhar foi preciso, calculado e estudado. Olhei para todas as experiências de imagem que fiz neste período. Selecionei os aprendizados que gostaria de manter e os deslizes que desejava esquecer. Sabem o que eu descobri? Não precisava comprar mais, precisava apenas praticar mais minha criatividade na arte de comunicar. Sabendo o que queremos da vida, entendemos nosso momento e quais as ferramentas do nosso guarda roupa precisamos usar.
Resultado? Meu desafio #30diasdiferentes! Decidi que por 30 dias eu usaria minhas roupas, sem aquisições e sem repetir looks apenas para o exercício da minha criatividade. Que tal, você topa vir comigo e por 30 dias brincar de vestir diferente usando o que tem no closet?
#VemComigo
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